Na despedida do técnico Marius Șumudică, o Astra Giurgiu foi derrotado na final da Copa da Romênia pelo Voluntari, nos pênaltis, por 5×3 no Estádio Ilie Oăna, em Ploiești. O placar foi 1×1 após tempo regulamentar a prorrogação, com Ionița marcando para o Astra e Marinescu empatando para o Voluntari, de pênalti. É o primeiro título da história de sete anos do Voluntari e da carreira do técnico Claudiu Niculescu.

A primeira etapa foi toda de domínio do Astra, com o Voluntari tentando o contra-ataque. Aos 35′, Ioniță arrancou da direita para o meio, chegou na meia-lua e chutou cruzado de perna canhota. A finalização enganou o goleiro Balauru e morreu no fundo das redes.
No segundo tempo, o Voluntari acordou para buscar o empate. O domínio do jogo simplesmente se inverteu, com o time de Ilfov atacando com perigo. O Astra teve apenas duas boas chances, com Ioniță. Na primeira, driblou três defensores e foi travado no último minuto por Cazan. Na segunda, Budescu deu um passe de calcanhar, o meia girou e chutou, mas a bola passou ao lado direito do gol de Balauru.
Aos 33′ do segundo tempo, o volante Florin Lovin, de 35 anos, foi substituído por Pitigoi, dando adeus à sua carreira de jogador profissional. Ele jogou por FCM Bacău, Steaua, 1860 Munique, Kerkyra-GRE, Kapfenberg-AUT, Mattersburg-AUT, Concordia Chiajna e Astra Giurgiu.
O Voluntari, de tanto insistir na busca pelo empate, consegue um pênalti aos 37′ do segundo tempo. Júnior Morais impede o passe de Balăn, mas na sequência derruba Voduț. O meia Laurențiu Marinescu, que marcou o gol da classificação à final contra o CS Universitatea Craiova, também de pênalti, vai para a cobrança. Ele desloca Silviu Lung Jr e encarde o jogo, quando Șumudică já havia feito as três alterações para segurar o resultado.
Aos 43′, o Astra quase leva a virada. Voduț pega a sobra do cruzamento de primeira num chute potente, a bola desvia na zaga e Silviu Lung Jr faz a defesa num reflexo espetacular para salvar o time da derrota.
A final vai para a prorrogação, e o Voluntari continua a pressão, mas logo cansa. As duas equipes, exaustas, não conseguem mais criar lances de grande perigo. A decisão vai para os pênaltis, como em 2013-14, quando o Astra conquistou seu primeiro título, contra o Steaua.
Nos pênaltis, Balăn, Marinescu, Voduț e Ivanovici marcaram para o Voluntari. Fabrício, Săpunaru e Takayuki cumprem seu papel pelo Astra,, mas quando é a vez do lateral Alexandru Stan, ele bate à meia-altura, no canto direito de Balauru, que faz a defesa. No último pênalti do Voluntari, o garoto achim manda uma bomba sem chances para Lung Jr. e corre para o abraço.
A temporada acabou para o Astra, mas não para o Voluntari. O clube irá cumprir tabela no play-out da Liga I, onde está em 3º lugar, após ter acabado na 9ª posição ao fim da temporada regular. Até chegar à final da Copa da Romênia, o Voluntari passou por Academica Clinceni, Târgu Mureș, Mioveni e CS Universitatea Craiova.

Voluntari 1×1 (5×3 P.K.) Astra Giurgiu – Estádio Ilie Oăna, Ploiești, Prahova
Final da Copa da Romênia
Sábado, 27 de maio de 2017
Voluntari: Balauru; Acsinte, Cazan (Achim 18′-2ºt), Balaur, Maftei; Novac (Voduț 31′-2ºt), Lazăr; Popadiuc (Ivanovici-int), Marinescu, Căpățâna; Balăn.
Técnico: Claudiu Niculescu
Astra Giurgiu: Lung Jr; Júnior Morais, Fabrício, Săpunaru, Stan; Lovin (Pițian 34′-2ºt), Seto; Filipe Teixeira (Nicoară 17′-2ºt), Budescu, Ioniță; Buș (Florea 29′-2ºt).
Técnico: Marius Șumudică
Gols: Alexandru Ioniță (35′-1ºt), Laurențiu Marinescu (38′-2ºt)
Pênaltis
Balan 1×1 Fabrício
Marinescu 2×2 Sapunaru
Vodut 3×3 Seto
Ivanovici 4×3 Stan
Achim 5×3
Trio de arbitragem: István Kovács; Vasile Marinescu e Mircea Grigoriu
O fim da Era Șumudică (2015-2017)
Marius Șumudică é torcedor fanático do Rapid, onde jogou de 1997 a 1999 e em 2001-02. Chegou a treinar o clube de 2003 a 2004 por 10 meses entre 2010 e 2011. Mas foi no Astra que ele se consagrou como um dos melhores treinadores romenos da atualidade. Chegou no fim de abril de 2015, e estreou no dia 30 daquele mês, com vitória no clássico contra o Petrolul: 2×1 no Ilie Oăna, em Ploiești. Quis o destino que o último jogo de Șumi pelo Astra fosse no mesmo palco do que o primeiro. Mas, 756 dias e 109 jogos depois, com derrota nos pênaltis para o modesto e valente Voluntari, jogando água no chopp de sua despedida.
O Astra de Șumudică superou o grande time da temporada 2013-14 do técnico Daniel Isăila, que conquistou a Copa da Romênia e a Supercopa, nos primeiros títulos de relevância da história do clube. Com o técnico fanfarrão, sem papas na língua e que não perde a chance de alfinetar o Steaua, o Astra quebrou ainda mais barreiras. Em 2015, eliminou o West Ham na 3ª fase preliminar da Liga Europa. 2×2 em Londres e 2×1, de virada, em Giurgiu. Era o começo daquela temporada 2015-16, que terminaria com o título inédito do Romenão, tanto para o Astra quanto para seu técnico. Meses depois, veio a Supercopa, contra o CFR Cluj: a segunda do clube, e a primeira do técnico.
Na temporada 2016-17, Șumudică fez uma grande turma de velhos amigos que compartilham da mesma paixão que ele: o extinto Rapid Bucareste. Depois de ter trazido Daniel Niculae em outubro de 2015, veio Cristian Săpunaru em julho de 2016. Havia agora um quarteto de ex-jogadores do Rapid: o jovem Alexandru Ioniță, Daniel Niculae, Cristian Săpunaru e, claro, Marius Șumudică. Além deles, esteve o veterano meia português Filipe Teixeira, que havia passado pelo Rapid entre 2011 e 2013.
Esta fusão dos rapidistas com ícones consagrados do Astra, como Silviu Lung Jr, Takayuki Seto, Constantin Budescu, Denis Alibec (que deixou o clube no ínicio do ano) e Júnior Morais, foi a mistura perfeita. Apesar da média avançada de idade (27,4 anos), o Astra Giurgiu se mostrou uma das principais potências da década, principalmente após ter chegado aos 16-avos-de-final da Liga Europa. O time eliminou o West Ham United pela segunda temporada consecutiva: após um 1×1 perigoso em casa, o Astra venceu os ingleses no London Stadium. Após belo corte de Săpunaru, Daniel Niculae encontrou Filipe Teixeira. O português avançou e marcou na saída do goleiro.
Depois, num grupo com Roma, Austria Viena e Viktoria Plzen, Șumudică levou o Astra ao segundo lugar. Nos 16-avos, já com a missão cumprida, o time é superado pelo Genk.
A temporada 2016-17 de Șumudică teve seus pontos baixos. Na Liga I, ficou a maior parte do campeonato na parte de baixo na tabela. Apenas após uma arrancada espetacular o time conseguiu chegar aos seis primeiros colocados para chegar ao play-off, mas foi só. As baterias acabaram ali, e o foco passou a ser a Copa.
Em diversas oportunidades, Șumudică ameaçou deixar o clube por causa dos salários atrasados, um problema que afetava a ele e a todos os jogadores. Mesmo com o Astra em severas dificuldades financeiras, o técnico conseguiu negociar com o patrão Ioan Neculaie e permaneceu. Com seu perfil motivador e enérgico, manteve seus jogadores unidos para alegrar sua pequena torcida.
Foram 110 jogos de Marius Șumudică em sua segunda passagem pelo Astra Giurgiu, com 55 vitórias, 26 empates e 29 derrotas. O técnico levou Liga I e Supercopa da Romênia em 2015-16.
Ao Astra, que não terá Șumudică e provavelmente vários outros jogadores, resta focar na próxima temporada e na Liga Europa . O Voluntari não entrou com pedido de licença para disputar as copas europeias, e deverá continuar assim. Desta forma, a vaga ficará com o Astra, 6º colocado.
“No segundo tempo não sei por que recuamos tanto, e aí foi pros pênaltis, e é loteria. Fiz grandes campanhas com estes rapazes, e lhes desejo muito sucesso daqui pra frente. (…) Parabenizo o pessoal do Voluntari, eles têm valor, e o técnico Claudiu Niculescu”, declarou Șumudică ao DolceSport.