Com muitos problemas administrativos, o futebol romeno passa por uma grave crise financeira, estrutural e técnica. Diversas decisões judiciais, não só na Federação Romena de futebol, mas também Tribunal Arbitral do Esporte (Tribunal Arbitral du Sport – TAS). Desde a temporada 2007-08, casos extracampo afetaram diretamente o andamento do campeonato e a tabela de classificação. A Gazeta Sporturilor fez um levantamento destes casos e trazemos aqui em língua portuguesa com um pouco mais de detalhes. 2015-16 será a nona temporada consecutiva com alguma interferência de tribunais.
2007-08
Na 23ª rodada da Liga I, Otelul e Vaslui empataram em 1×1. Mas o Vaslui entrou na justiça desportiva pela escalação dos jogadores Szekely e Paraschiv, do Otelul. Eles estavam suspensos por duas partidas, mas jogaram na que seria a segunda partida de suspensão, sem que a FRF concedesse um efeito suspensivo. O caso chegou no tribunal arbitral do Esporte e o resultado final foi 3×0 por W.O. para o Vaslui.
Assim, o Vaslui acabou ficando em 7º lugar, com 48 pontos, acima do Otelul, 8º, com 47. Assim, o Vaslui acabou indo para a Copa Intertoto da UEFA
2008-09
A Politehnica Timisoara perdeu seis pontos da FRF porque recorreu a FIFA sobre o problema com sua identidade e história (mais detalhes no link). A Poli recorreu ao Tribunal Arbitral do Esporte e reconquistou os pontos a dois dias do fim do campeonato. Moral da história: o clube ficou acima do Dinamo na tabela por dois pontos e chegou às fases preliminares da Champions League.
2009-10
Outro caso de escalação irregular. Na 20ª rodada, o Rapid venceu a Poli Timisoara por 1×0. A Poli contestou a escalação de Dacian Varga e Tiberiu Balan, que foram inscritos na noite anterior, mas fora da janela de transferências. O caso chegou ao TAS e a Poli venceu por W.O.
Assim, o Rapid terminou em 7º. Com o empate, o time ficaria à frente do Dinamo e teria se classificado à Liga Europa.
2010-11
O Otelul foi campeão vencendo o Pandurii por W.O. Na época, as dívidas do Pandurii o impediram de organizar o jogo. O TAS decidiu pela vitória do Otelul, que foi campeão de uma forma mais fácil.
2011-12
Aos 27 minutos de Universitatea Cluj 0x1 CFR Cluj, uma pancadaria generalizada entre os jogadores fez com que o jogo fosse encerradado. No TAS, foi determinado que o jogo fosse reiniciado. O CFR venceu por 3×2 e levou o título
2012-13
O Universitatea Cluj seria rebaixado por não ter conseguido a licença (requisitos financeiros e estruturais básicos) para jogar a Liga I. O time recorreu ao TAS e conseguiu a manutenção na elite do futebol romeno.
2013-14
O Rapid passava pela grave crise financeira em que ainda se encontra e, apesar de ter acabado a Liga I em 8º lugar, não recebeu a licença. Assim, acabou sendo rebaixado e o Concordia, que havia terminado em 15º, ficou (situação praticamente idêntica à da temporada passada que rebaixou o Vaslui e salvou o Brasov). O caso foi levado ao TAS e foi feito até um confronto de ida e volta entre Rapid e Concordia imposto pela FRF para decidir quem continuaria na primeira divisão. O Rapid venceu a partida, realizada em 13 de julho de 2013, vencendo por 2×1 no Estádio Dinamo (do Dinamo Bucareste). O TAS validou o jogo, o Rapid se manteve na elite e ainda disputaria as duas primeiras rodadas da Liga I 2013-14, mas em 2 de agosto, o recurso do Concordia foi aprovado no TAS a situação foi revertida, rebaixando o time de Bucareste.
2014-15
Agora voltando da Liga II, o Rapid não havia conseguido de novo a licença. Conseguiu recorrer e vencer a causa no TAS, sem contestação da FRF. O CFR Cluj havia perdido 24 pontos por acúmulo de dívidas, mas recorreu ao TAS e recuperou os pontos, evitando o rebaixamento e terminando na parte de cima da tabela. Esta ascensão fez com que o Gaz Metan Medias caísse para a Liga II.
2015-16
Por acúmulo de dívidas, CFR Cluj e Petrolul Ploiesti começam a temporada atual com seis pontos negativos.
O Craiovano 