

Romario Santos Pires nasceu no Rio de Janeiro em 16 de janeiro de 1989, e se profissionalizou no Olaria em 2010, aos 21 anos, após passar pelas categorias de base do Botafogo e do Bangu. Ainda em 2010, se transferiu para o Duque de Caxias. Mas foi emprestado para o Marcílio Dias, de Itajaí-SC e no ano seguinte, para o Macaé. Mas o volante não rodou por muito tempo.
No início de 2012, acabou o Campeonato Carioca e o empresário de Romario veio com uma boa notícia. Uma proposta do futebol Europeu. Na verdade, para o Gloria Bistrita, clube médio da Romênia, que havia acabado de subir para a Liga I: “Meu empresário conseguiu um contato com um empresário da Romênia, e me perguntou se eu queria arriscar essa oportunidade, por ser um time que tinha acabado de subir. Eu aceitei!”, lembra Romario.
O Gloria acabou rebaixado após uma campanha muito fraca. 18 pontos e 69 gols sofridos em 34 partidas. “Quando cheguei no gloria vi uma equipe com muita vontade de vencer, mas também com muitas dificuldades financeiras e de estrutura. Tínhamos jogadores bons, mas os problemas extra campo influenciaram muito”.
O clube caiu, Romario não. Foi contratado pelo Petrolul Ploiesti, uma das principais potências da Romênia no cenário atual. O brasileiro participou da campanha do clube na Liga Europa nesta temporada, e os “Lobos Amarelos” estão em terceiro lugar na Liga I. Além disso, disputam uma vaga na final da Copa da Romênia, contra o Astra Giurgiu. Com três gols e 22 jogos disputados pelo clube, e completamente adaptado à Romênia, Romario fala, em entrevista a’O Craiovano, do desempenho do clube na temporada, de sua adaptação, e de quando jogou contra o Universitatea Craiova, na 6ª fase da Copa da Romênia.
O Craiovano – Como foi a sua adaptação na Romênia? Você gosta do país, das pessoas, já aprendeu a língua?
Romario Pires – A adaptação não foi tão difícil por ter brasileiros no Gloria em que me ajudaram muito, principalmente o Ayza! Gosto do pais por ser tranquilo e bom pra trabalhar. Aqui consegui aprender o romeno, já falo fluentemente, e no inglês to bem encaminhado também!
O Craiovano – Quais são as diferenças principais entre Petrolul e Gloria? A equipe de Ploiesti tem vários brasileiros, não?
RP – Aqui no Petrolul a realidade é bem diferente da realidade do Gloria, os objetivos são outros, bem maiores. Aqui somos quatro brasileiros [Peterson Peçanha, goleiro, Guilherme Sytiá, lateral-esquerdo e Gerson Ferreira, volante] e três portugueses, então praticamente só falamos português!
O Craiovano – Quando você chegou ao Petrolul, o clube disputava a Europa League. Você disputou alguma partida, como foi a experiência?
RP – Eu ajudei a classificar a equipe e joguei três partidas da fase qualificatória! Duas contra o Vikingur [das Ilhas Faroe, vitoria por 3×0 em Ploiesti e 4×0 em Gøta] e uma contra o Swansea [jogo de volta, vitória por 2×1 em Ploiesti. A equipe perdeu o primeiro jogo por 5×1 e foi eliminada uma etapa antes da fase de grupos].

O Craiovano – Quais são as situações financeiras do Petrolul? É um clube que paga em dia?
RP – Aqui em um ano e quatro meses de clube os salários estão em dia, a parte financeira do clube está toda ok, algo que é difícil no futebol romeno.
O Craiovano – O clube é o atual campeão da Copa da Romênia, e nas semifinais, empatou o primeiro jogo num clássico contra o Astra. Você espera que o clube vá para a final de novo?
RP – Temos sim chances de ir as finais, temos um jogo aberto em que qualquer empate com gol nos favorece! Vamos tentar ganhar e nos classificar.
O Craiovano – Você prefere enfrentar o Dinamo?
RP – Quem quer ser campeão não pode escolher adversário, mas acho que já está bem encaminhado para o Steaua [o Steaua ganhou o primeiro jogo por 5×2 em casa contra o Dinamo]
O Craiovano – O Petrolul eliminou o FC Universitatea Craiova na 6ª fase da Copa. Você estava no jogo?
RP – Eu estava na partida, entrei no segundo tempo [no lugar do autor do gol, o meia franco-haitiano Sony Mustivar]! Foi um jogo difícil, sabemos que Craiova tem equipes de tradição, independente da situação financeira são equipes que sempre crescem nos grandes jogos.
O Craiovano – Como são os torcedores do Petrolul? É uma torcida grande, fanática?
RP – Os torcedores do Petrolul são sem dúvidas dos mais apaixonados que já vi na minha vida. Cada jogo é um espetáculo diferente nas arquibancadas! Sem dúvidas é a mais bonita da Romênia.
O Craiovano – E até quando é o seu contrato com o Petrolul?
RP – Tenho contrato até julho de 2015.
O Craiovano – Você pretende voltar ao Brasil, ou pretende seguir carreira no país, se naturalizar?
RP – Gostaria sim de voltar ao Brasil, mas aqui estou muito bem adaptado. Vou deixar acabar a temporada e aí sim posso pensar no futuro.